O HOMEM ERA UM DIABO
O modo que os vicentinos encontraram de enriquecer
foi organizando expedições para o interior do território,
em busca de madeiras nobres, metais e pedras preciosas, e índios
para escravizar. Essas expedições chamavam bandeiras,
e seus integrantes eram os bandeirantes. Por seus objetivos, dá
para notar que eles não eram muito bonzinhos.
De todo modo, foram eles os primeiros portugueses
(e descendentes) que se aventuraram por aquele território desconhecido,
cheio de promessas de riquezas e perigos. Por onde eles abriam trilhas
no mato, hoje rodamos a 120 km/h.
Cada
vez mais distantes dos patrícios portugueses, os bandeirantes
começaram a misturar a língua portuguesa com o tupi
que aprenderam no contato com os índios.
Usavam-no para dar nomes aos lugares – Piracicaba, por exemplo, quer
dizer "lugar onde o peixe pára", por causa das quedas d'água
no rio da cidade, que dificultam a vida do peixe na época da
desova, quando ele nada contra a correnteza.
E os bandeirantes também usavam o tupi
para dar apelidos. Anhangüera era o apelido de Bartolomeu Bueno
da Silva, e quer dizer "valentão". Na mitologia tupi, Anhangüera
era um ser que tinha sido um diabo e adotou uma nova forma – de bandeirante,
por exemplo!
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