Ainda não está provado que o voto eletrônico evita totalmente a fraude. Enquanto você lê estas linhas, vários casos de falha no sistema já foram denunciados. Com essa novidade tecnológica, não existe mais uma prova impressa de cada voto, pois a soma de todos os votos é armazenada em disquetes de computador. Ao final do dia da eleição, é impresso o Boletim de Urna, que mostra apenas o total de votos de cada candidato em cada urna: 150 pra Fulano, 230 para Sicrano, e assim por diante.

Das 350 mil urnas eletrônicas, apenas 16.100 delas (4,6%) vão imprimir cada um dos votos, que serão colocados em uma urna convencional. Se alguém duvidar do resultado, somente esses votos poderão ser recontados. E os outros?

Ué, então quem fica de olho para saber se não vai ter marmelada? A lei eleitoral diz que os partidos têm o direito de fiscalizar os programas das urnas, mas isso é muito complicado, e pode levar um tempão. Mas a Justiça Eleitoral só deu alguns dias para que isso fosse feito. Resultado: nenhum partido conseguiu fiscalizar coisa nenhuma.

O Cepesc (Centro de Pesquisas em Segurança das Comunicações) é o órgão do governo que controla o programa que protege os dados dos disquetes. A segurança seria garantida, pois diferentes equipes desenvolveram as partes do sistema, e a transmissão dos dados só acontece através de senhas.

Mesmo assim, tem gente que acredita que esses dados poderiam ser "mexidos" para transferir votos de um candidato a outro. Os flashcards, cartões que contém os programas que serão carregados nas urnas no dia da eleição, são uma brecha para a fraude. Eles foram instalados por 10 mil técnicos, contratados por uma empresa escolhida pelo governo, não por funcionários do Tribunal Superior Eleitoral, que é a autoridade suprema no assunto. Ninguém sabe quem são esses técnicos, se existem candidatos entre eles, se eles pertencem a algum partido… não dá para ficar com a pulga atrás da orelha?

Talvez por isso, a maior democracia do mundo, os Estados Unidos, ainda usam as antigas urnas com cédulas de papel. Mas até os poderosos americanos não estão livres do fantasma da fraude. Muita gente acredita que o verdadeiro vencedor da eleição que levou George W. Bush à presidência foi seu adversário, Al Gore… Falha na contagem ou má-fé?

E agora... você vai entender porque políticos tão diferentes adoram subir em um palco juntinhos!

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