Lei de índio
Eles nasceram no Brasil, moram no
Brasil e ajudaram a construir o Brasil mas
os índios
são cidadãos
brasileiros? Claro que sim! Mas são cidadãos um
pouco diferentes porque, além da cultura brasileira, eles
também tem uma cultura lá deles, especial e diferente.
E o direito à diferença é uma coisa que os
índios conquistaram com muita luta: foi só na Constituição
de 1988 (a que "está valendo" no Brasil hoje) que apareceu
uma lei dizendo que índio tem o direito de ser índio,
e de continuar sendo índio para sempre!
Antes disso, o que a lei dizia sobre
nossos amiguinhos da floresta é que eles deveriam ser "pajeados"
pelo governo, até que conseguissem se integrar à
sociedade brasileira. Ou seja, até que "desistissem" de
ser índios e virassem "pessoas normais"! Horrível,
não?
E o pior é que essa lei ainda
está em vigor: ela faz parte do Estatuto do Índio!
Olha só que coisa confusa: a Constituição
fala uma coisa, e esse tal de Estatuto fala outra! Como pode?
É que o Estatuto foi criado bem antes da atual Constuição,
em 1973. E como, de lá para cá, ele não foi
atualizado, dá essa confusão danada!
Mas, na prática, o que vale
para os índios é a Constituição. Ainda
bem!
Olho por olho, dente por
dente
Há muito tempo, no lugar em
que hoje é o Oriente Médio, existiu um reino chamado
Babilônia. E lá na Babilônia existiu um rei
chamado Hamurabi.
E daí? Daí que o Hamurabi,
mais ou menos em 1789 antes de Cristo, criou um monte de leis
para o seu reino, e essas leis ficaram conhecidas como o Código
de Hamurabi. E daí de novo? Daí que o Código
de Hamurabi era baseado em uma lei muito antiga, chamada lei de
talião, que dizia o seguinte: olho por olho, dente por
dente.
Não entendeu? Pois então
imagine uma sociedade em que, em vez de ir para a cadeia ou pagar
um multa, a pessoa que cometeu um crime fosse punida com o mesmo
crime! Era assim o Código de Hamurabi. Se uma pessoa furasse
o olho de alguém, ela deveria ter seu olho furado; se um
arquiteto construisse uma casa pouco sólida e ela caísse,
matando o filho do dono, o filho do arquiteto deveria morrer também!
E, como na Babilônia o rei
era considerado um deus, ninguém abria o boca para reclamar
dessas leis, com medo de
perder a boca!
O dragão da Grécia
- Quebrou o vaso da sua
avó? Vai ficar de castigo por um mês, sem ver televisão
nem comer chocolate!
- Mãe, que castigo
mais draconiano!
Talvez você nunca tenha usado
esse adjetivo, mas ele está lá no dicionário:
draconiano quer dizer muito rigoroso, cruel, severo. E sabe de
onde veio essa palavra esquisita? Do nome de um grego meio malvado,
o Drácon. Ele foi um "fazedor de leis" grego e, em 621
antes de Cristo, escreveu o primeiro código de leis de
Atenas. E que leis:
o Drácon não deixava nada barato, e mesmo crimes
nada graves, como vagabundagem e pequenos furtos, eram punidos
com
pena de morte!
Graças a Deus (ou melhor,
aos deuses gregos), as leis de Drácon não duraram
muito. Em 590 antes de Cristo, entrou no jogo um outro legislador,
chamado Sólon, que "desdraconizou" as leis atenieneses!
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