Um prêmio para a paz

Do que é que a gente precisa para viver feliz? De uma casa legal, de comida nutritiva, de médicos para quando se está doente, de escola para os pequenos e emprego para os grandes...e de paz, né? Sem paz não dá para viver bem! Mas o problema é que existem muitos lugares no mundo em que as pessoas não conseguem viver em paz! Ainda bem que existe gente trabalhando para acabar com os conflitos, né? E para recompensar esse pessoal que sua a camisa para melhorar o mundo, existe o Prêmio Nobel da Paz!

Esse prêmio foi criado por um sueco chamado Alfred Nobel. Quer dizer, não foi o próprio Nobel quem criou o prêmio, porque ele morreu um pouco antes, em 1886. Mas a idéia - e a grana! - para a premiação dos "pacíficos" foram do Nobel, sim!

Depois de sua morte, foi criada em 1900 a Fundação Nobel, que todos os anos passou a oferecer prêmios e grandes somas em dinheiro às pessoas de maior destaque no campo das artes e das ciências. Quer dizer, nem todo ano, pois algumas vezes os honoráveis membros da Fundação decidiram não conceder o prêmio por falta de merecimento, e guardavam o dinheiro para a premiação do ano seguinte!

O primeiro Nobel da Paz foi concedido em 1901 e dividido entre duas pessoas, o suíço
Jean Henri Dunant, que fundou a Cruz Vermelha; e o francês Frédéric Passy, criador da Socieda Francesa Para a Paz.

Que tal conhecer alguns dos ganhadores do Nobel da Paz?


O cientista pacífico

Um só não, dois: o Linus Carl Pauling foi a única pessoa a ganhar sozinha dois prêmios Nobel! Um, de Química, em 1954; e outro, da Paz, em 1962!

O Linus era um supercientista que passou a vida toda estudando moléculas e outras "microcoisas" que compõem nosso organismo. Mas não eram só a química e a biologia que interessavam à esse cientista, não! Ele também se preocupava para chuchu com a paz mundial!

Quando as pessoas tiveram a idéia infeliz de inventar bombas atômicas, o Linus logo foi contra. É que, como cientista, ele sabia direitinho que, além de matar um monte de gente na hora de explosão, uma bomba atômica também causa um bocado de problemas de saúde para quem sobrevive, e até para os filhos e netos dessas pessoas!

Por isso, o Linus resolveu botar a boca no mundo e contar para as pessoas que a bomba atômica era uma bela droga: em 1958, ele apresentou para a ONU um documento assinado por mais de 9 mil cientistas protestando contra testes nucleares. E no mesmo ano, ele publicou o livro " No More War" (que em português quer dizer "chega de guerra"), também contra as armas nucleares.

E isso não foi tudo! Enquanto viveu, o Linus Pauling lutou contra a guerra nuclear. O Nobel da Paz que ele ganhou foi bem merecido,né?

Paz para o país da paz

O nome dele é Tenzin Gyatso, mas esse sujeito pacífico e muito sábio é conhecido no mundo todo como Dalai Lama. Ou melhor, como o 14¼ Dalai Lama, porque esse é o nome que se dá ao governante e líder espiritual do Tibet (um país que fica lá na Ásia) e porque, antes do Tenzin, treze outros homens sábios já governaram o Tibet.

Criado desde pequeninho para assumir essa responsabilidade, o Dalai Lama estudou muito e aprendeu um monte de coisas sobre o budismo, que é a religião dos tibetanos. Para quem acredita no budismo, a harmonia e a compreensão entre as pessoas é muito importante.

Em 1950, o Dalai Lama assumiu o governo do Tibet, e cuidou muito bem de seu povo até 1959, quando uma coisa horrível aconteceu: a China, que fica "grudada" no Tibet, e que é muito maior e mais forte, resolveu invadir o país!

E o Dalai Lama, o que fez? Se você pensa que ele começou uma guerra contra a China, se enganou! Isso é o que um governante qualquer faria, mas não um budista verdadeiro: o Dalai Lama achou
que não valia a pena derramar o sangue do povo em vão, e decidiu procurar uma solução pacífica para o problema!

A partir daí, ele estabeleceu um governo no exílio, ou seja, fora do país, em uma região da Índia chamada Dharamsala, e começou a viajar pelo mundo afora contando para as pessoas que o Tibet precisava de ajuda.

Nessas viagens, o Dalai Lama levou para um monte de países os seus ensinamentos de paz e compreensão entre as diferentes religiões do mundo. O jeito doce de falar e escutar do Dalai cativou até o Papa, que se encontrou com ele várias vezes. E, em 1989, a luta do Dalai lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz.

O Tibet está até hoje sob o domínio da China, e o Dalai Lama continua governando lá da Índia e espalhando suas mensagens pelo mundo. Já escreveu dezenas de livros, traduzidos em muitos países, sobre o longo caminho dos homens para encontra a paz interior e o amor ao seu semelhante.




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