O professor que queria aprender

Você sabe o que significa ser alfabetizado? "Ah, é aprender a ler e escrever!". É, mas não é só é isso não: ser alfabetizado é também aprender a pensar, a conhecer o mundo e a descobrir como mudar o que a gente acha que está errado. Era nisso que acreditava o Paulo Freire, um educador pernambucano que não se conformava com as injustiças.

Ele achava que não estava certo tantas pessoas no Brasil não saberem ler nem escrever, mas ele também não concordava com o jeito que era usado para alfabetizar essa gente. Para o Paulo, o jeito de ensinar alguém tinha que ter a ver com a vida da pessoa, com as coisas que ela conhecia e achava importante.

E de tanto pensar nisso, o Paulo Freire inventou um método de alfabetização: o Método...Paulo Freire! Esse método foi criado para ensinar o be-a-bá para adultos, e era dividido em três partes:
a investigação temática, em que os alunos e os professores juntam um monte de temas e palavras que sejam familiares para as pessoas que estão sendo alfabetizadas;
a tematização, em que o significado dessas palavras é discutido: o que elas representam, quando são usadas, etc;
e a problematização, em que os alunos e os professores aprendem juntos, a partir dessas palavras, a olhar o mundo de um jeito crítico, refletindo sobre as coisas boas e as ruins.

Esse método, que ele aplicou pela primeira vez em 1963 lá em Angicos (uma cidadezinha do Rio Grande do Norte), deu tão certo que fez o Paulo ficar famoso em um monte de lugares do mundo!

E o mais legal é que, apesar de ser supersabido, o Paulo Freire achava que tinha sempre muito o que aprender com seus alunos!


O mineirinho que gostava de ajudar

A vida às vezes é bem complicada: tem escola, lição de casa, briga com irmão, tanta coisa que a gente acaba esquecendo de ajudar os outros. Mas como é gostoso poder fazer alguma coisa para melhorar a vida de alguém! E o Herbert de Souza sabia disso: esse mineiro, que ganhou o apelido de Betinho, gostava tanto de ajudar as pessoas que tornou isso sua profissão.

E quanta coisa fez o Betinho! Liderou grupos de jovens católicos que queriam reformas na sociedade, trabalhou no Ministério da Educação e Cultura, fez estudos sobre a estrutura social do Brasil e lutou bastante contra ditadura militar, que começou em 1964.

Só que, como os militares que mandavam no Brasil não gostavam de gente que pensava diferente deles, no começo da década de 1970 o Betinho teve que se mudar.

Em 1979 ele voltou para o Brasil, e em 1981 fundou o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), que servia para mostrar para todo os brasileiros como era de verdade a situação econômica, política e social do Brasil.

E tem muito mais! Em 1983 ele participou da Campanha Nacional pela Reforma Agrária, em 1992 liderou o movimento Ética na Política que ajudou a tirar do poder o presidente corrupto Fernando Collor.

Mas foi em 1993 que o Betinho ficou "famoso": ele liderou a Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida, um movimento de solidariedade para acabar com o fome no Brasil que contou com, nada mais, nada menos que...96% da aprovação dos brasileiros!

E você acha que a vida dele era bolinho? Não era não: o Betinho sofria de uma doença chamada hemofilia, e por causa dela tinha que fazer um monte de tranfusões de sangue. E numa dessas tranfusões, ele acabou pegando AIDS. Foi por causa da AIDS que o Betinho morreu, em 1997, com 61 anos. Mas as coisas legais que ele fez continuam por aí, dando frutos e tornando a vida das pessoas mais alegre!




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