Lógico que
não demorou muito para a Inglaterra começar a fazer uma
pressão daquelas, com a intenção de acabar logo
com a escravidão. O Brasil sabia que teria de aceitar as condições
inglesas. Afinal, devia muito, mas muito dinheiro mesmo, à Inglaterra!
Mas nosso país segurou as pontas até o limite: afinal,
toda sua economia estava baseada no trabalho escravo!
Eram mais de 300 anos de escravidão, e não dava para acabar
com ela de uma hora para outra. Então o Brasil se viu diante
de um grande problema: por um lado, tinha de abolir a escravidão,
mas não tinha quem trabalhasse nas lavouras de café, que
eram sua principal riqueza. Por outro, não podia enfurecer a
Inglaterra. Além de dever muito dinheiro, o Brasil ainda dependia
dos produtos ingleses de uso diário, de sapato a sabão.
Por
isso, foram criadas várias leis que proibiam aos pouquinhos,
muito de leve, a escravidão, só para enganar a Inglaterra...
Um exemplo disso
foi uma lei de 1831, o ano em que d. Pedro I voltou para Portugal. Nessa
lei, o Brasil diz que acaba com o tráfico negreiro (a "importação"
de negros da África para trabalharem no Brasil como escravos).
Que nada! O tráfico só acabou mesmo em 1852! A lei foi
só "para inglês ver", literalmente.
A expressão deu tão certo que até hoje é
usada quando alguém quer dizer uma coisa que parece ser verdade...
mas não é. Só que a Inglaterra mais tarde acabou
percebendo tudo _ e dá para imaginar que não ficou nada
contente por ter sido feita de boba. E então, ela
começou a colocar as garras de fora...
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