De olho na saúde
É
dia de ir ao médico: você chega lá e o doutor,
em vez de lhe pedir para tirar a roupa e dizer "trinta e
três", simplesmente...fica olhando bem dentro dos seus
olhos! Ou esse tal médico é um oculista frustrado
ou ele é...um iridologista!
A iridologia é um tipo de medicina alternativa: ela acredita
que todas as doenças que a gente têm podem ser descobertas
apenas olhando os olhos do doente. Ou melhor, a íris, que
é a parte colorida do seu olho.
Para
os iridologistas, a íris é uma espécie de mapa do corpo,
e todos os nossos orgãos estão representados nela. Assim, quando
aparece uma mancha em alguma parte da sua íris, é sinal de que o
órgão correspondente àquela parte da íris está
com algum problema. Se
a mancha for na parte da íris que fica bem pertinho da pupila, então
o "dono do olho" deve estar doente do estômago.
Ao redor dessa área estomacal, fica a parte da íris que representa
os intestinos. Depois dela, vem a área
que mostra os problemas do sistema nervoso.
Os órgãos
"gêmeos" do nosso corpo, como pulmões e rins, "aparecem"
nas nossas duas íris. E os órgãos "solitários"?
Esses costumam ser representados na íris que corresponde ao lado do corpo
em que eles estão. O fígado, que fica do lado direito
do nosso corpo, aparece na íris direita. Já o coração,
que bate feliz no lado esquerdo do peito,
dá o ar de sua graça na nossa íris esquerda! E o cérebro,
que não fica em lado nenhum? Como é muito metido a importante, ele
aparece nas duas íris! Mas...quem será que teve a idéia
de descobrir doenças nos nossos olhos? Com uma pequena
ajuda da coruja
O primeirão
a xeretar a íris dos doentes foi um alemão chamado
Philipus Meyens, que publicou um livro sobre
iridologia em 1670. Faz tempo, né?
Em
1695,
um tal
de Johann
Sigmund Eltzholtz
se entusiasmou com a idéia do Philipus e também
publicou um livrinho "iridológico". Depois disso,
a iridologia foi deixada para escanteio por quase um século,
até que o Christian Haertls resolve publicar mais um trabalho
falando dessa ciência ocular.
Só que nenhum
desses cientistas foi tão importante quanto o húngaro
Ignatz von Peczely, que apesar de ter chegado "atrasado"
- seu primeiro livro sobre o assunto só foi publicado em
1811 -, foi o responsável por tornar a iridologia mais
conhecida. Mas,
para se tornar um iridólogo famoso, o Ignatz
contou com a imprescindível ajuda de...uma coruja!
A coisa aconteceu mais ou menos assim: um belo dia, o Ignatz
- que malvado! - resolveu caçar corujas. Ele montou
uma armadilha e, ploft, uma corujinha ficou presa. Quando o Ignatz
foi olhar a bichinha de perto, percebeu que ela estava com uma
perna quebrada. Só que, na íris do olho que fica
do mesmo lado a perna quebrada, apareceu uma mancha! Curisosíssimo
para descobrir a razão daquela mancha, o Ignatz
cuidou da coruja e, a medida que ela ia ficando boa, a mancha
ia sumindo! E foi aí que esse húngaro xereta começou
a estudar iridologia! |