A invasão
da marmelada
Hambúrguer,
shopping center, caubói, short, show, rock...não
precisa procurar muito para encontrar palavras de origem inglesa
no meio do nosso português. Esses termos "gringos"
são chamados de anglicismos, porque, em bom português,
"anglo" significa inglês.
Mas, se muitas palavras "migraram" do inglês para
o português, umas tantas outras palavrinhas portuguesas
fizeram as malas e foram morar na velha Inglaterra.
A nossa amiga marmelada foi uma delas! Só que, assim como
o "shampoo" inglês virou" xampu" para
quem fala português, a marmelada também ganhou uma
roupinha nova e virou..."marmelade"! O sentido
da palavra também cresceu bastante: enquanto aqui a marmelada
só serve para falar do doce feito de marmelo, na língua
inglesa ela acabou virando sinônimo de qualquer doce feito
de fruta. Lá na Inglaterra, a tal "marmelada de goiaba",
da música que o Gilberto Gil fez para o Sítio do
Picapau Amarelo, é a coisa mais normal do mundo!
A banana
também foi uma das palavras que o português emprestou
para o inglês. Mas
ela, quem diria, acabou voltando para cá, "casada"
com umas palavra inglesa que significa "dividir", na
forma de...banana-split!
Valete de coração,
dama de trevo e rei de losango
Esse é o tipo
de pergunta que todo mundo que joga baralho já se fez:
por que raios os tais dos naipes - que são as "famílías"
das cartas - têm nomes tão diferentes dos seus desenhos?
Por que as cartas que tem coraçõezinhos desenhados
são chamadas de copas? E desde quando a palavra "ouro"
tem a ver com um losango?
Será mais um
dos insondáveis mistérios da humanidade? Que nada:
os nomes dos naipes do baralho têm uma explicação
até bem simples. O que aconteceu foi - segura, que lá
vem trocadilho - um "embaralhamento" de baralhos.
Antigamente, lá em Portugal,
as pessoas jogavam um tipo de baralho de origem espanhola, que
existe até hoje e é o favorito das ciganas e cartomantes.
Esse baralho espanhol tinha os mesmos naipes do baralho que a
gente usa: copas, paus, espada e ouros. Mas os desenhos, quanta
diferença: eles tinham muito mais a ver com os nomes dos
naipes.
Nas cartas de copas,
aparecia a figura de uma taça, que em espanhol se fala...copa.
As de paus tinham desenhos de bastões. Moedas de ouro eram,
é claro, as figuras das cartas de ouro. E as de espadas
eram ilustradas com pequenas espadas chamadas de gládios.
Ou seja, a coisa toda fazia muito mais sentido, não?
Só que, depois de uma época chamada de Renascimento
(que aconteceu durante os séculos 15 e 16) apareceu na
Europa um outro tipo de baralho, vindo da França.
No baralho da França, os nomes dos naipes era bem diferentes: coeur , pique, trèfle e carreau.
E daí? Daí que, traduzindo esse nomes, dá
para descobrir direitinho de onde vieram as figuras do nosso baralho: coeur quer
dizer coração, pique é uma ponta de flecha,
trèfle significa trevo e carreau, quadrado.
Como o jogo francês era bem mais simples que o espanhol,
a turma de Portugal rapidinho trocou de baralho, mas como já
estavam habituados com o nome dos naipes, resolveram mantê-los.
E foi assim que surgiu o baralho "embaralhado" que a
gente usa, em que "copas" tem desenho de coração,
"espadas" tem figuras de pontas de lanças, "paus"
é ilustrado com trevos, e ouros virou um losango. Ué,
mas não devia ser um quadrado? Pois é, esse detalhe
ainda continua sendo um mistério...
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