Amigo número
Para quem não
é muito chegado em matemática, parece estranho falar
em "números amigáveis". Mas eles existem e, surpresa...não
são nada amigáveis! Na verdade, esses tais números
estão mais para amigos da onça: é que os
cálculos para determinar quais são os números
amigáveis são supercomplicados. Preparado? Então
lá vai:
Números amigáveis
são pares de números (porque, como bons amigos,
eles só andam em dupla) onde um é igual à
soma dos divisores do outro. Já está pensando em
ficar de mal dos números amigáveis? Calminha, que
vem aí um exemplo salvador.
Pense no número 220. Quando ele é dividido por 1,
2, 4, 5, 10, 11, 20, 22, 44, 55 e 110, o resultado é um
número inteiro. Por isso, esses números são
chamados de divisores de 220. Agora, pegue uma calculadora ( ou
use seu cérebro brilhante) e some todos esses divisores
de 220. O resultado é 284, né? Pois então,
agora é que a porca torce o rabo: acontece que se a gente
somar os divisores de 284, que são 1, 2, 4, 71 e 142, o
resultado é...220! E é por causa dessa coincidência
esquisita que o 220 e o 284 são chamados de números
amigáveis. E o nome faz sentido, porque muitas vezes é
o acaso que faz a gente encontrar nossos melhores amigos, né?
Cruzinha, tracinho, dois tracinhos
"4+3-1= 6". Preste atenção: quando a gente
dá de cara com uma continha como essa, nosso cérebro
sem "pestanejar" vai logo lendo "quatro mais três menos
um igual a seis". Mas por que a gente não lê "quatro,
cruzinha, três, tracinho, um, dois tracinhos, seis"? Ora
bolas, porque a gente sabe que a tal da cruzinha é o "mais",
o sinal de adição! E que um tracinho quer dizer
subtração e dois tracinhos, igualdade!
Mas o que você provavelmente
não sabe é que uma cruzinha entre dois números
significa adição por causa de um sujeito chamado
João Widman d'Eger. O João escreveu um livro em
1498 chamado Aritimética Comercial, que foi a "estréia"
dos sinais de "mais" e "menos"! Só que nesse livro os sinais
ainda não tinham o mesmo siginificado que eles têm
hoje: "mais" e "menos" serviam só para dizer se um negócio
havia dado lucro ou prejuízo!
Eles só viraram símbolos
matemáticos em 1557, quando começaram a ser usados
por Robert Record. Alías, o Record foi responsável
pelo nascimento de um outro sinal superimportante: os dois tracinhos
da igualdade, que deram o ar de sua graça pela primeira
vez em um livro do Robert publicado em 1540!
Litemática a ou materatura?
Matemática é uma
coisa, literatura é outra. E as duas não tem nada
a ver, certo?. Para o Malba Tahan, não podia estar mais
errado: esse escritor árabe, nascido em 1885, achava que
matemática e literatura se misturavam superbem! E
foi "casando" essas duas disciplinas que o Malba escreveu uma
série de livros incríveis.
O mais famoso deles, chamado "O
Homem Que Calculava", contava um monte de "histórias matemáticas".
Em cada capítulo havia um "problema" que o Beremiz , o
tal homem que calculava lá do título, devia resolver.
E ele sempre resolvia! Só que o tal problema não
era uma equação complicada e chata, não:
era uma história legal, prática, que fazia a gente
notar que a matemática, além de superútil,
pode ser muito divertida.
Mas esse escritor maluco não
misturou só matemática e literatura: ele também
fez um "milkshake" de fantasia e de verdade. É que o Malba
Tahan não se chamava Malba Tahan, não era árabe
nem tinha nascido em 1885 coisa nenhuma!
Na "vida real", ele era um professor
de matemática, o brasileiro Júlio César de
Mello e Souza, que tinha nascido dez anos depois de sua "invenção",
em 1895! O Júlio inventou o nome e a história do
Malba Tahan porque ele achava que assim seus livros iriam vender
mais.
E deu certo: por muito tempo, ninguém
descobriu que Malba Tahan era o pseudônimo do Júlio,
e um batalhão de pessoas comprou os livros de "contos aritiméticos"
do árabe de araque!
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